1911
Nasce em Lisboa a 16 de Fevereiro.
É criado em Runa, por seu avô,
o major reformado Augusto Carvela então administrador do
Asilo dos Inválidos Militares. Na companhia do avô
tem os primeiros contactos com o campo, em grandes passeios, quer
em Runa quer em Viseu, terra de seus pais, onde por várias
vezes passou férias e onde despertaram as suas “primeiras
curiosidades de geógrafo”. É ainda com o avô,
“pessoa metódica...que dedicava parte do dia à
leitura” que descobre o gosto pelos livros e, nesse ambiente
familiar de província, a atracção pelas “histórias,
episódios da vida e coisas do passado” que lhe contava
a avó.
1919
Regressa a Lisboa, para casa de seu pai, o "Sr António
da Drogaria", como era conhecido na Rua da Escola Politécnica,
onde tinha loja aberta nesse ramo. Frequenta então o Colégio
Amaral, no mesmo bairro, onde é colega de P. Celestino da
Costa. Conheceu Lisboa e o seu progresso, pela mão do Pai,
mas os jardins da cidade pareciam-lhe “um ridículo
arremedo das paisagens naturais e rurais que tanto amava”.
Neste ambiente diferente, alimentou as suas “primeiras curiosidades
de leitura em bibliotecas populares de jardins públicos,
umas vezes tiritando de frio, outras aproveitando uma réstea
de sol de Inverno” ou abrigando-se “do calor do Verão
nas sombras densas dos caramanchões”.
1921-28
Matricula-se no Liceu Passos Manuel, onde é admitido com
classificação equivalente a 20 valores.
Neste liceu faz exame da 7ª Classe, secção de
letras, onde obtém a classificação de 18 valores.
Contacta com as obras inspiradoras de Leite de Vasconcellos, Religiões
da Lusitânia, e de Emmanuel de Martonne, Traité
de Géographie Physique. Nos seus tempos livres, para
além da leitura de obras como Júlio Verne, em que
satisfazia o seu “desejo de evasão e o atractivo do
desconhecido” criou também o hábito de se “debruçar
longamente sobre os atlas, fantasiando viagens que um dia havia
de fazer...”. Nas folgas da escola, atraía-o “particularmente
um atlas, por sinal medíocre” que se “entretinha
a copiar e aguarelar.”
(Passagens citadas de Orlando Ribeiro, Memórias de um
geógrafo, partes II e III).
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