Bibliographie scientifique d’Orlando Ribeiro (1934-1950)

1951 - 1960 1961 - 1970 1971 - 1980 1981 - 2004

 

1934

1. “Geografia Humana”, Medicina, Revista de Ciências Médicas e Humanismo, Lisboa, 9 (Ano I), 1934, p. 364-368.
O primeiro trabalho publicado de Orlando Ribeiro, saído na revista da Associação dos Estudantes de Medicina de Lisboa. “Pode dizer-se que o alvo principal da Geografia Humana é o Homem como componente da paisagem, chamando paisagem à fisionomia exterior das regiões, e reservando o nome de Geografia ao ramo de saber que especialmente se ocupa da interpretação científica das formas visíveis da superfície terrestre”, ciências afins da geografia.

2. “Barros Gomes, Geógrafo”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, 11 (1), 1934, p. 104-112.
Barros Gomes e as ideias fundamentais que, nas suas obras, mais importam aos geógrafos. “Foi o primeiro que pensou em conjunto os elementos da nossa terra e do nosso povo...”.

3. “Leite de Vasconcellos, Etnografia Portuguesa - Tentame de Sistematização”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, II (1), 1934, p. 176-180.
Recensão crítica do Vol. I, Lisboa, Imprensa Nacional, 1933. “Com a publicação da Etnografia Portuguesa oDr. Leite de Vasconcellos traz uma notável contribuição para o conhecimento das cousas e das gentes da nossa terra, e presta assim um inestimável serviço àciência portuguesa” (p. 180).

4. “Problemas de Geografia humana”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, 3 e 4 (52.ª Série), 1934, p. 83-92.
Reflexões a propósito de um controverso artigo de Junho de 1932, de R. Porack, onde se afirma, nomeadamente, que “La Géographie humaine n’a pas une base scientifique solide...”; referências ao papel importante da Geografia humana.

1935

5. “Memórias de Mondim da Beira, do Dr. J. Leite de Vasconcellos”, Ethnos. Revista do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia, Lisboa, I, 1935; p. 285-289.
Recensão daquele trabalho, a que se juntam também umas linhas sobre o Livro da Fundação do Mosteiro das Salzedas publicado apenso às Memórias.

6. A Arrábida. Esboço geográfico, Lisboa, 1935, 94 p.
Dissertação de doutoramento em Ciências Geográficas apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ver n.º 8, a seguir.

1936

7. “Algumas notas de geografia do Ribatejo”, Boletim da Junta Geral do Distrito de Santarém, Santarém, / 43 (Ano VI), 1936, p. 65-70, 9 fotos.
Aspectos da individualidade geográfica do Ribatejo; “e é precisamente o que se dá em Portugal, onde a diferenciação regional repousa, tantas vezes, em factos de ordem geológica” (p. 76).

1937

8. “A Arrábida. Esbôço geográfico”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, IV (1 e 2), 1937, p. 51-131.
“O trabalho que ora se publica é uma singela contribuição para o conhecimento da Geografia regional de Portugal” (p. 51). Introdução (caracteres gerais e limites). Cap. I - Arquitectura do solo (materiais do relevo; estrutura e tectónica; sismologia; orogenia e paleografia). Cap. II - Factores do relevo (evolução geral do relevo; natureza das rochas; influências estruturais; a rede hidrográfica e a erosão normal; outros factores de erosão). Cap. III - Formas do relevo (o planalto de Espichel; arredores de Sesimbra; Serra do Risco; Serra da Arrábida; colinas de Setúbal; serras de S. Luis e dos Barris; morro de Palmela; pré-Arrábida; os vales; a planície). Cap. IV - O litoral (a tectónica do litoral e o relevo submarino; a erosão litoral; costa ocidental e Cabo Espichel; de Espichel a Alpertuche; de Alpertuche a Setúbal). Cap. V – Clima e vegetação (clima; vegetação). Cap. VI – Alguns aspectos de geografia humana (ocupação económica; povoamento; circulação). Conclusão. “Melhor do que a qualquer outra porção do território de Portugal, se lhe aplica com propriedade a noção de polimorfismo geográfico, grata a Silva Telles, e que, segundo este autor, exprime uma das características essenciais da geografia portuguesa” (p. 131).

9. “Max. Sorre – ‘Portugal’” Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, IV (1 e 2), 1937, p. 399-403.
Recensão do trabalho de Max. Sorre em Géographie Universelle (sob a direcção de P. Vidal de La Blache e L. Gallois), VII, 1.ª parte, Paris, 1934, p. 202-228 (Cap. XIII). “Deste trabalho se pode dizer afoitamente que não está à altura da colecção a que pertence”.

1938

10. “L’habitat rural au Portugal”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Amsterdam 1938, II (Travaux des Sections A-F), Leiden, UGI, 1938, p. 137-144, 7 figs., também no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, 9-10 (56.ª Série), 1938, p. 402-411.
Apresentação de exemplos, ilustrados com casos extraídos da carta topográfica de Portugal na escala de 1:100 000; aspectos históricos da formação dos tipos de povoamento.

11. Inquérito de Geografia Regional, Coimbra, Instituto para a Alta Cultura, 1938, 32 p; 2.ª edição, aumentada, 1947, Lisboa, 47 p.; tradução espanhola em 1947; a partir de 1961, fizeram-se várias edições policopiadas, pelo Centro de Estudos Geográficos, 30 p.
(Notas preliminares). I - Relevo; solo. II - Clima. III - Hidrografia. IV - Vegetação; matas. V. Árvores de fruto; vinha. VI - Produtos de Agricultura. VII - Sistemas de cultura. VIII. - Gados. IX - Propriedade e exploração. X - Indústria; comércio; circulação. XI – Habitação. XII – Povoamento. XIII – População. XIV – População. XV- Divisões Territoriais. XVI – O Passado

12. Inquérito do Habitat Rural, Coimbra, Instituto para a Alta Cultura, 1938, 16 p., 2.ª edição Coimbra, 1939, 16 p.
Considerações preliminares. Habitação rural. Propriedade e exploração da terra. Na capa “Inquérito do Habitat Rural, Habitat Rural elaborado pelo bolseiro Orlando Ribeiro”.

13. “Le site et la croissance de Lisbonne”, Bulletin de l’Association de Géographes Français, Paris, 115, 1938, p., 99-103.
Comunicação apresentada sobre as características geográficas da cidade de Lisboa: o seu sítio e a sua evolução histórica.

1939

14. “Aglomeração e dispersão do povoamento rural em Portugal”, Miscelânea Científica e Literária dedicada ao Doutor J. Leite de Vasconcellos, Lisboa, 1939,em separata, 20 p., 1 quadro, notas bibliográficas de rodapé.
O artigo faria parte de um 2°., volume, que não chegou a completar-se e de que apenas se distribuíram algumas separatas (informação do autor). Causas da repartição da população rural; distinção entre povoamento rural e povoamento urbano; exame das expressões mais empregadas; aglomeração (ou concentração) e disseminação (ou dispersão); tentativas de explicação; evolução do povoamento; quadro síntese das formas de povoamento rural (p. 260-261); conclusão.

15. “Brandas e Inverneiras em Castro Laboreiro”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, VI ( 1 e 2), 1939, p. 297-302.
“... publico o feixe de observações feitas in loco, particularmente importantes no que toca às brandas e inverneiras, a que vários autores se têm referido sem marcarem bem o carácter de migração estacional agrícola que apresentam”, de um passo do artigo.

16. “Dr. J. Leite de Vasconcellos, Etnografia Portuguesa. Tentame de Sistematização, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, VI (1 e 2), 1939, p. 309-313.
Recensão crítica do Vol. II, Lisboa, Imprensa Nacional, 1936.

17. La Formation du Portugal. (Conférence faite le 25 avril à l’Instituto de Cultura Portuguesa, à Bruxelles), Bruxelas, Instituto de Cultura Portuguesa, (1939), 22 p.
Texto de conferência feita em 25 de Abril de 1939, no Instituto de Cultura Portuguesa, em Bruxelas, procurando dar um resumo do problema das origens nacionais de Portugal: os elementos mais antigos; os castros; a romanização; a ocupação árabe e a reconquista. A formação do território portugalense; Portugal, país atlântico.

18. “Observations géologiques et morphologiques dans les environs de Vila Velha de Ródão (Portugal)”, Revue de Géographie Physique et de Geológica Dinamismo, Paris, XII (4), 1939, p. 491-493, 3 figs. (fotos).
Distinção de três formações bem diferenciadas (arcose assente sobre xistos; depósitos em relação com relevos criados ou acentuados por movimentos tectónicos recentes; depósitos de terraço); relevos de xisto e cristas quartzíticas; acidentes tectónicos.

19. “Povoamento rural e regimes agrários no Sudeste da Beira”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, VI (1 e 2), 1939, p. 281-295, notas bibliográficas de rodapé.
Relações entre o povoamento e a ocupação agrária; regimes de propriedade e sistemas de afolhamento; aspectos da evolução rural.

20. “Sur la morphologie de la Basse Beira”, Bulletin de l’Association de Géographes Français, Paris, 122, 1939, p. 113-122
Comunicações sobre a escadaria tectónica do sueste da Cordilheira Central.

21. “L’immigration dans l’État de Saint Paul (Brésil), Annales de Géographie, Paris, 1939, 68, p. 520-523.
Pequenas notas sobre movimentos migratórios e os europeus em S. Paulo.

1940

22. “L’Institut Portugais de la Sorbonne”, Bulletin des Études Portugaises et de l’Institut Français au Portugal, Lisboa, 7 (2), Nova Série, 1940, p. 109-112.
Notas sobre os cursos do certificado de português, os alunos, a documentação, a preparação de trabalhos originais, etc. Mas, “malgré cette activité, le rayonnement de l’Institut Portugais est assez limité. Le Portugais est une langue peu connue et, comme telle, elle semble difficile” (p. 112). Sugestões de novos programas.

23. “Problemas morfológicos do Maciço Hispérico português”, Las Ciências, Madrid, 2 (Ano VI), 1940, p. 315-336, 2 figs., bibliografia em fim de texto.
Os temas morfológicos; as direcções do relevo; materiais do relevo, superfícies de rocha nua e depósitos detríticos; as grandes deformações do Maciço Hispérico; sobre a génese e evolução das formas planas; cristas de rochas duras, de orientação hercínica; a peneplanície do Sul de Portugal; a Cordilheira Central e as superfícies de sopé; traços morfológicos principais do Norte de Portugal; conclusões.

24. “Villages et communautés rurales au Portugal”, Biblos, Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, XVI (II), 1940 p. 411-425; também em Bulletin de l’Association de Géographes Français, Paris, 130-131, 1940, p. 51-60, notas bibliográficas de rodapé.
Definição da comunidade rural; exemplos de organizações comunitárias em Portugal; explicações geográficas e históricas. Segue-se discussão.

1941

25. “Alfredo Fernandes Martins, O Esforço do Homem na Bacia do Mondego, Ensaio Geográfico”, Biblos, Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, XVII (1), 1941, p. 363-369, notas bibliográficas de rodapé.
Recensão crítica da dissertação de licenciatura de A. Fernandes Martins, Coimbra, 1940.

26. “A. Taborda de Morais, Novas áreas da fitogeografia portuguesa”, Biblos,Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, XVII (II), 1941, p. 783-786.
Recensão de separata publicada no Boletim da Sociedade Broteriana, Coimbra, XIV (2.ª Série), 1940. A importância da vegetação, corno componente da paisagem em estudos de Geografia: fisionomia atlântica e fisionomia mediterrânica; a acentuação do carácter atlântico de Portugal por acção do homem.

27. “Contribuição para o estudo do pastoreio na Serra da Estrela”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, VII (1 e 2), 1940-1941, p. 213-303, 25 figs., 6 mapas, quadros, Apêndice e Nótula bibliográfica, notas bibliográficas de rodapé.
Compõem o trabalho as partes seguintes: A vida humana na montanha; criação de gado e vida pastoril; comunidades agro-pastoris; a Serra da Estrêla - quadro natural; a Serra da Estrêla - povoamento; pastagens e gados; os rebanhos na Serra; a invernada; outras modalidades de transumância; o pastoreio e a agricultura; o pastoreio e as indústrias; uma aldeia pastoril - o Sabugueiro; a “Mesta” e a evolução da transumância em Portugal; conclusão - significado geográfico do pastoreio na Serra da Estrêla. Apêndices: Quadros estatísticos com população e criação de gados nas freguesias da Serra da Estrêla; sobre o mapa do povoamento; nótula bibliográfica.

28. “Cultura do milho, economia agrária e povoamento”, Biblos, Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, XVII (II), 1941, p. 645-663, 1 quadro, notas de rodapé.
Importância do estudo da vida rural: técnicas antigas e culturas novas; relações do povoamento com a geografia física e os factos agrários; importância dominante dos cereais; origem e difusão da cultura do milho em Portugal. (Trabalho incompleto; ficou anunciada uma continuação).

29. “Deslocamentos da população em Portugal. Programa de um estudo”, Revista da Faculdade de Letras. Universidade de Lisboa, Lisboa, VII (1 e 2), 1941, p. 318-325, 1 quadro.
Nota preliminar; emigração; migrações internas; expansão local, lenta, da população rural; concentração urbana; deslocamentos estacionais.

30. “Dr. H. Amorim Ferreira, O Clima de Trás-os-Montes (Memória apresentada ao 2.° Congresso Provincial de Trás-os-Montes e Alto Douro)”, Biblos, Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, XVII (II), 1941, p. 779-783.
Recensão daquela Memória, Lisboa, 1941, apontando-se o seu interesse geográfico.

31. “Orientações modernas da Geografia”, Liceus de Portugal. Boletim da Acção Executiva do Ensino Liceal, Lisboa, 11 e 12, 1941, p. 851-855 e 931-947.
Correspondem aos dois primeiros artigos de uma série, interrompida em 1943 e sem haver continuação posterior. Os títulos dos capítulos são os seguintes: I - A Geografia no quadro das Ciências da Natureza e do Homem (p. 851-855). II - Geografia geral e regional; Geografia física e humana. III - A Geografia, ciência de observação. IV - A Geografia e o mapa. V - A educação do geógrafo: cultura científica ou humanística? (p. 931-947).

32. Plano de monografia, tendo por base o inquérito familiar, Coimbra, Centro de Estudos para a Formação Social, 1941, l0 p.
Instruções gerais. Requisitos para preencher os quesitos (com modelo de ficha) seguintes: I - Composição da família. II - Antecedentes e escolha de profissão. III - Trabalho do chefe de família. IV - Outros trabalhos. V - Ganhos e bens VI -Alimentação. VII - Habitação. VIII - Vestuário e higiene. IX - A família. X - Vizinhança e relações. XI - Instrução e crenças. XII - Divertimentos. - Nota final.

33. “Remarques sur la morphologie de la région de Sintra et Cascais”, Revue Géographique des Pyrénées et du Sud-Ouest, Toulouse, XI (3 e 4), 1940[1941], p. 203-218, 2 figs. 3 pl. (fotos).
Localização da área; a evolução geológica e os dados da estrutura; o maciço granítico; as vertentes da Serra de Sintra; o litoral da Serra de Sintra; a plataforma de Cascais; a plataforma de São João das Lampas e a sua orla oriental; conclusões.

34. “Significado geográfico do pastoreio na Serra da Estrêla”, Altitude, Guarda, I (10-12), 1941, p. 40-41.
A Serra e as suas características geográficas; o pastoreio e a vida das populações serranas; os produtos dessa actividade.

35. “Tapadas, campos abertos, pastos comuns no Sul da Beira Baixa”, 1941.
Comunicação escrita, enviada ao I.° Congresso Nacional de Ciências Agrárias, que não chegou a ser publicada (informação do Autor).

36. “Uma Perda Nacional, José Leite de Vasconcellos”, Rádio Nacional, Lisboa, 8 de Junho de 1941.

37. “Arrábida. Introdução a um passeio a pé”, Revista Panorama, 1, 3, Lisboa, Agosto de 1941, p. 19-22.
Algumas notas com referências gerais.

1942

38. “O Brasil: a terra e o homem”, Brasília, Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, I, 1942, p. 377-397.
Conferência proferida no 15.° Curso de Férias da Faculdade de Letras de Coimbra, em Agosto de 1939: aspectos da geografia física e humana do Brasil; a descoberta e os seus reflexos; a colonização, e formas de organização económica e social - os exemplos de “casa grande” e “senzala”.

39. “A cultura do milho e a disseminação do povoamento em Portugal”, Actas do I.° Congresso Nacional de Ciências Naturais, Lisboa 1941, Lisboa, Livro II, 1941, p. 53-54.
Em suplemento II do Vol. XIII do Boletim da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, Lisboa, 1941:variedades de milho grosso; difusão desse milho no Norte atlântico, até alturas do Mondego, e transformação da economia agrária; importância sobre os tipos de povoamento.

40. “A Geografia e os problemas da população em Portugal”, Actas do I.° Congresso Nacional de Ciências Naturais, Lisboa 1941, Lisboa, Livro I, 1942, p. 101-111, 2 figs., 1 quadro.
Suplemento I do Vol. XIII do Boletim da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, Lisboa, 1942: os problemas da população vistos sob a óptica das suas relações com outros fenómenos geográficos, físicos e humanos.

41. “José Leite de Vasconcellos”, Biblos, Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, XVIII (1), 1942, p. 259-266.
Texto de conferência proferida na sessão de homenagem que a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa consagrou à memória do Professor Doutor José Leite de Vasconcellos, sendo exaltada a fecunda lição da vida e das obras do grande Mestre.

42. “Notas sobre a evolução morfológica da orla meridional da Cordilheira Central entre Sobreira Formosa e a fronteira”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, 1 (III), 1942, p. 123-144, 12 figuras no texto e 1 fig. em fim de texto, notas de rodapé; assinalado também em Quarto Congresso da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências, Porto 1942, Porto, V (4.ª Secção - Ciências Naturais), 1943, p. 187.
Aspectos do relevo da Beira Baixa e sua evolução; características do Terciário da Superfície de Castelo Branco - mantos de blocos de quartzitos e quartzo envolvidos por uma pasta de argila vermelha, interpretados como depósitos de sopé da Cordilheira Central em elevação.

43. “Orientações modernas da Geografia” Liceus de Portugal, Boletim da Acção Executiva do Ensino Liceal, Lisboa, 13, 14, 17, 18 e 20, 1942, p. 1011-1016, 1100-1107, 1335-1340, 1418-1428, 1603-1606.
Continuação do trabalho já citado em nº 31, agora com os títulos seguintes: VI - As formas de relevo. Geologia e Morfologia. Estrutura e erosão (p. 1011-1016). VII - O ciclo de erosão e a peneplanície (p. 1100-1107). VIII - Complexidade na evolução dos ciclos de erosão (p. 1335-1340, fig. 1). IX - Terraços fluviais e níveis rochosos (p. 1418-1428, figs. 2 a 5). X - Meandros encaixados. Epigenia e antecedência (p. 1603-1606).

44. Orientações modernas da Geografia, Lisboa, Liceus de Portugal, 1942, 80 p. (incompleto), 10 figs.
Como o título revela, trata-se da reunião dos artigos já citados em nºs. 31 e 43 e ainda de uma parte publicada em 1943, ora em separata.

45. “Da originalidade geográfica da Serra de Sintra”, Jornal de Sintra, Sintra, 9, 407, 11 de Janeiro de 1942, p. 2 e 3.
Nota com referências gerais sobre a Serra e o seu interesse geográfico.

46. “Para uma geografia do trigo em Portugal”, Boletim da Federação Nacional dos Produtores de Trigo, Lisboa, 2, 1942, p. 11-19, 4 fotos.
Culturas fundamentais do Mediterrâneo; os cereais; áreas tradicionais da cultura dominante do trigo - aspectos sociais e económicos. Segundo o autor, “Estudar a geografia do trigo será, em parte, estudar a geografia da região onde esta cultura domina.”

47. “Pierre Deffontaines – “Geografia Humana do Brasil, Riode Janeiro, 1940”, Brasília, Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, I, 1942, p. 817-819.
Recensão crítica da edição ilustrada, em português, preparada expressamente para a Exposição dos Centenários.

48. “Sur le caractère continental du Trias portugais”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, 1 (III), 1942, p. 175-177.
Em colaboração com Carlos Teixeira, “Les grès seraient ainsi, en grande partie, éoliens; quelques épisodes plus humides auraient charrié des débris plus fins, avec des restes d’une flore sub-aérienne peu typique. La stratification entrecroisée, torrentielle, qui s’observe si nettement dans les grès supérieurs, continue à indiquer un régime continental, avec un climat cependant moins aride. Ce n’est que plus tard, durant l’Hettangien et surtout au Sinémurien, que l’on peut parler d’une véritable transgression. Le caractère continental du Trias ainsi établi, il n’est pas étonnant qu’il fossilise en partie le relief préexistant”.

49. “Vida e obras de José Leite de Vasconcellos”, Portucale, Porto, XV, 1942, em separata, 40 p.
“José Leite de Vasconcellos era, sem discrepância, o primeiro dos nossos homens de Ciência e talvez o mais popular de todos eles. Contudo, as suas obras não conseguiram ultrapassar o círculo dos especialistas, e, quando muito, alcançaram algum amador mais esclarecido” (p. 5). Pequena biografia: primeiras publicações e a Revista Lusitana;docência na Faculdade de Letras de Lisboa, investigação científica e publicações; viagens e contactos científicos; impressões mais vigorosas da sua monumental obra. “José Leite de Vasconcellos será sempre lembrado como o mais operoso investigador de antiguidades, linguagem e vida popular que, em todos os tempos, floresceu na ‘boa terra lusitana” (p. 40).

50. “Sobre a origem da nacionalidade”, Biblos, 1942, XVII, II, 1942, em separata, p. 6-9.
Resumo de conferência acerca da origem da nacionalidade portuguesa “no interior de uma área de civilização mais vasta, pois abrangia também a Galiza e as províncias espanholas limítrofes”.

1943

51. “A cultura do trigo no Sueste da Beira. Aspectos e problemas geográficos”, Boletim da Federação Nacional dos Produtores de Trigo, Lisboa, 5, 1943, p. 15-34, 10 fotos, notas de rodapé; separata com data de 1944, 24 p.
Aspectos geográficos gerais; fisionomia cultural nos últimos cem anos; reforma dos títulos de propriedade em relação com a valorização da terra e do homem que a trabalha; ocupação do solo e trabalhos agrícolas; conclusões.

52. “David Lopes”, Revista Portuguesa de História, Coimbra, II, 1943, p. 530-538. (Separata de 1947, 9 p.).
Na Revista do Instituto de Estudos Históricos Dr. António de Vasconcellos, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, pequena biografia de David Lopes (que morrera a 3 de Fevereiro de 1942) e ideias fundamentais da sua obra.

53. “Depósitos detríticos da Bacia do Cávado. (Nota preliminar)”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, III (I e II), 1943, p. 87-94, 5 figs. (4 fotos e 1 desenho).
Em colaboração com J. M. Cotelo Neiva e Carlos Teixeira, tentativa de reconhecimento, do modo de destrinçar fácies ede datação dos depósitos a jusante de Lago (bacia do Cávado) e entre São-Félix e a Apúlia (na costa).

54. “Depósitos e níveis pliocénicos e quaternários dos arredores do Porto. (Nota preliminar)”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, III (I e II), 1943, p. 95-103, 2 figs., notas de rodapé.
Em colaboração com J. M. Cotelo Neiva e Carlos Teixeira, estudo dos níveis ao sul do promontório granítico de Lavadores e referência a níveis correspondentes na margem norte do Douro; cinco níveis, atribuídos às fases interglaciárias, à préglaciária e ao Pliocénico.

55. “Evolução da falha do Ponsul”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa, XXIV, 1943, p. 109-123, 1 fig., IX ests., bibliografia, notas de rodapé.
A falha e a sua importância topográfica; depósitos detríticos; a rede hidrográfica. A última imagem corresponde ao esboço morfológico da Beira Baixa.

56. “Meditações Geográficas”, Aventura, Lisboa, Agosto de 1943, em separata, 1943, 8 p.
As relações da geografia e da história para a definição de uma área geográfica. O autor refere o artigo como “fragmentos do livro em preparação: Mediterrâneo e Atlântico na Geografia de Portugal”.

57. “Nota preliminar sobre a morfologia do Maciço da Gralheira”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, III (I e II), 1943, p. 81-85; assinalado também em Quarto Congresso da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências, Porto 1942,Porto, V (4.ª Secção - Ciências Naturais), 1943, p. 250.
Em colaboração com J. P. de Almeida e A. Patrício, nota sobre a superfície muito regular (planalto de Albergaria-das-Cabras) que trunca o granito, posteriormente empolada (flexura continental); cristas interfluviais; leitura da carta 1:100 000 da área.

58. “Nótula sobre os terraços do Mondego nos arredores de Coimbra”, Quarto Congresso da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências, Porto 1942, Porto, V (4.ª Secção - Ciências Naturais), 1943, p. 188-194, notas bibliográficas de rodapé.
Em colaboração com A. Patrício, observações sobre os terraços do Mondego a jusante da ponte da Portela; correlação com as praias levantadas do Cabo Mondego; hipóteses de datação dos terraços.

59. “Novas observações geológicas e morfológicas nos arredores de Vila-Velha-de-Ródão”, Publicações do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Porto, XXXII (2.ª Série), 1943, p. 5-23, 9 figs. (fotos) e 1 mapa em fim de texto, notas bibliográficas de rodapé.
Apresentação do tema. Uma crista quartzítica: a Serra do Perdigão; depósitos superficiais (terraços e ranãs, em particular); tectónica; conclusão: a evolução do relevo, as deslocações e os depósitos superficiais. O mapa de fim de texto, a cores, na escala 1:50 000, tem por título “Carta geológica esquemática e provisória dos arredores de Vila-Velha-de-Ródão”.

60. “Orientações modernas da Geografia”, Liceus de Portugal, Boletim da Acção Executiva do Ensino Liceal, Lisboa, 22, 23, 25, 28 e 30, 1943, p. 1766-1773, 1839-1845, 2008-2014, 2251-2257 e 2409-2412.
Continuação do trabalho já citado em 31, 43 e 44, com os títulos seguintes: XI - A evolução das vertentes e os tipos de vales (p. 1766-1773, figs. 6 a 8). XII - Peneplanície ou plataforma de abrasão? (p. 1839-1845). XIII - As superfícies de sopé (p. 2008-2014, figs. 9 e 10). XIV - As grandes deformações da superfície terrestre (p. 2251-2257 e 2409-2412). Incompleto, sem ter havido posterior continuação.

61. “Les plages quaternaires et les industries préhistoriques du littoral de l’Alentejo entre Sines et Vila Nova de Milfontes”, Quarto Congresso da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências, Porto 1942, Porto, VIII (7.ª Secção - Ciências Históricas e Filológicas), 1943, p. 48-62, notas bibliográficas de rodapé.
Em colaboração com H. Breuil e G. Zbyszewski, sobre a geologia da área, a arriba marítima entre Porto Covo e a ribeira de Aivados; a costa entre Aivados e Vila Nova de Milfontes, a arriba ao Sul do Rio Mira; as indústrias líticas - descrição sumária das jazidas e suas relações com as praias antigas.

62. “A terra, a gente e as origens da nacionalidade. (Resumo de uma lição)”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, IX (2.ª Série, 1-2), 1943, p. 238-242.
Posição geográfica de Portugal; aspectos da cultura dolménica, da civilização dos castros, da romanização, da ocupação árabe e da Reconquista.

63. “Ciências de ar livre”, Diário Popular, 14 de Dezembro de 1943.
Seria republicado em Variações sobre Temas de Ciências, Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa, 1970, p. 189-190 (veja-se nº 231 desta Bibliografia).

1944

64. “Beira Baixa” e “Beira Alta”, Guia de Portugal, 3° volume, Lisboa, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1944.
Segundo o “Índice alfabético dos colaboradores literários e principais cooperadores”, são de Orlando Ribeiro: Condeixa-a-Nova; Ruínas de Conímbriga (colab., p. 348-354): Introdução geográfica, p. 625-639; de Fratel a Castelo Branco (colab., p. 640-647); Proença-a-Nova e Sertã (colab., p. 676-692); Malpica, Monfortinho, Idanha-a-Nova (p. 683-692). Beira Alta: Introdução (p. 741-745); Serra da Estrela, clima, pastoreio; vestígios glaciários (p. 883-890); de Seia a Alvôco da Serra (p. 899-902).

65.“Um grande Geógrafo: Professor Emmanuel de Martonne”, (publicado em jornal desconhecido), 1944, p.1 e 2.

66. “J. Leite de Vasconcellos, Etnografia Portuguesa - Tentame de sistematização”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, X (2.ª Série, 1 e 2), 1944, p. 300-310.
Recensão do Vol. III, Lisboa, Imprensa Nacional, 1942, VIII + 796 p. “Este volume III anuncia já, de algum modo, o que serão os seguintes. Se a substância do Livro II – O Povo Português - foi ainda na maior parte tratada directamente e enviada para o prelo pelo autor, a vida tradicional será um acumular de materiais, tal como, à hora da sua morte, foram encontrados, dispostos em obediência a minuciosos planos que o Mestre nos deixou” (p. 310).

67. “Prefácio”, in Padre João Vieira Rezende, Monografia da Gafanha, Coimbra, Instituto para a Alta Cultura, 1944 (2.ª edição correcta e aumentada), p. VII-IX.
Publicação subsidiada pelo Instituto para a Alta Cultura, em “Prefácio” da 2.ª edição escreveria O. Ribeiro: “Uma investigação de geografia humana, que conjugasse a observação directa com os dados históricos ministrados pelo Sr. Pe. Rezende, seria neste lugar do maior alcance” (p. VIII).

68. “Vocação colonial”, Rádio Nacional, Lisboa, 1 de Outubro de 1944, p. 4-5.
Palestra sobre Portugal e as suas parcelas ultramarinas (por vezes ditas “colónias”); tipos de colonização europeia e seus resultados.

69. “Paulo Merêa: De Portucale (civitas) ao Portugal de D. Henrique”, Portucalense Editora, Porto, 1944, Litoral. Revista Mensal de Cultura, Lisboa, 2, 1944, p. 198-200.
Recensão crítica daquele estudo modelar de Paulo Merêa, “trabalho” destinado “a esclarecer um aspecto importante da nossa génese nacional e que o firmaum dos mais robustos talentos de historiador aparecidos entre nós”, dedicado à Alta Idade Média, de “pouca luz em muitas trevas”.

1945

70. “Evolução e perspectivas dos Estudos Olisiponenses”, Revista Municipal, Publicação Cultural da Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa, 27, 1945, p. 3-12, notas bibliográficas de rodapé.
Lição inaugural da cadeira de “Estudos Olisiponenses” da Universidade de Lisboa, proferida no salão da Câmara Municipal a 25 de Outubro de 1945: história dos Estudos Olisiponenses, desde o séc. XVI; sugestão de um programa de pesquisas.

71. “Expressão da terra portuguesa”, Atlântico, Lisboa, 6, 1945, p. 20-29.
Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico; montanha e planície; humanização das paisagens no decurso histórico; contrastes regionais e unidade de Portugal.

72. Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. Estudo geográfico,Coimbra, Coimbra Editora, Lda. - Col. “Universitas”, 1945, VIII + 246p., 5 mapas em fim de texto.
“O essencial dos temas versados neste livro serviu de assunto a algumas lições e conferências cujas primícias couberam ao curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, em 1941, e à Missão Estética de Férias que funcionou junto dele”, lê-se no início do Prefácio da 1.ª edição, cujos capítulos são: I - O mundo mediterrâneo. II - Portugal mediterrâneo. III - Portugal atlântico. IV - Variedade e unidade de Portugal. Em p. 237-239, a Conclusão.

1946

73. “Território e população”, Portugal. (Breviário da Pátria para os Portugueses Ausentes),Lisboa, Edições do SNI (Secretariado Nacional da Informação), 1946, p. 1-12, 6 mapas e 20 fotos, notas de rodapé.
I - Posição e dimensão. II - Contrastes naturais. III - Unidade e variedade. IV - O povo português. V - A População. VI - Regiões e paisagens.

74. “Aspectos essenciais da vida económica”, Portugal. (Breviário da Pátria para os Portugueses Ausentes), Lisboa, Edições do SNI (Secretariado Nacional da Informação), 1946, p. 29-44, notas de rodapé.
Introdução. I - Os produtos da terra: caracteres gerais. II - A agricultura. III - As matas. IV - Os gados. V - A vida - A indústria. VII - O comércio externo. VIII - Conclusão.

75. Geografia da população em Portugal, Lisboa, Centro de Estudos Geográficos, 1946, 40 p., 1 fig., 2 mapas em fim de texto, notas de rodapé.
Em subtítulo, “Estudosde Orlando Ribeiro e Norberto Cardigos”. O livrinho contém, depois de uma Nota prévia, distribuição da população: tentativa de representação cartográfica aplicada ao Algarve (p. 7-16); mapa do povoamento: dificuldades da sua execução (p. 17-22, 1 quadro); mapa das povoações de mais de mil habitantes (p. 23-30, 1 fig.); a propósito da variação da população de Portugal de 1890 a 1940 (p. 31-40). “Com este folheto inicia o Centro de Estudos Geográficos a publicação de uma série de mapas e notícias para o estudo da geografia da população em Portugal,...” assim abre a Nota prévia.

1947

76. “A propósito do carácter continental do Triásico português”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, VI (III), 1947, p. 255-260, notas bibliográficas de rodapé.
Ver n° 48 desta Bibliografia. Importância e critérios do estudo das formações continentais. Abundantes referências à tese de doutoramento de G. Soares de Carvalho (Coimbra, 1946): algumas reflexões em torno dos resultados apresentados nessa dissertação que “tem todo o aspecto de pretender demonstrar uma tese – a da origem marinha do triásico –, formulada pelo Mestre do autor de maneira mais peremptória do que por qualquer outro geólogo” (p. 259-260).

77. “O Território de Lisboa”, Lisboa. Oito séculos de História, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1947, Vol. I, p. 2-11, 1 mapa.
Texto incluído em “Publicações comemorativas do 8. ° Centenário da tomada de Lisboa aos Moiros” (2 volumes), nas primeiras páginas do 1. ° Volume: Linhas essenciais do relevo da área de Lisboa (topografia e geologia); um lance de olhos ao “assento da cidade das sete colinas,...” (p. 9). - Monsanto, o vale de Alcântara, o planalto de Lisboa e a costeira de Loures, os vales do Tejo e seus afluentes; bairros ou sítios da cidade ligados às formas do terreno; topografia e principais linhas de circulação.

1948

78. “Notícia do pastoreio na Serra do Montemuro”, Miscelânia de Estudos à Memória de Cláudio Basto, Porto, Imprensa Portuguesa, 1948, p. 333-339, bibliografia; em separata, 7 p.
Caracterização geográfica da Serra: Serra, Ribeira e Meia-Serra; economia agrária; rebanhos e transumância; transformações verificadas. “ temos aqui mais um exemplo da difusão do milho a favorecer o progresso do individualismo agrário em detrimento da comunidade da aldeia”. (p. 339 e p. 7)

79. “Nótulas de geomorfologia madeirense”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, VII (III), 1948, p. 113-118, 1 fig., notas bibliográficas de rodapé.
Formas pseudocíclicas; a posição do Miocénico de S. Vicente. Também referência a Porto Santo.

80. “Prefácio”, in Jorge Dias, Vilarinho da Furna. Uma aldeia comunitária, Porto, Instituto para a Alta Cultura – Centro de Estudos de Etnologia Peninsular, 1948, p. VII-XV.
Os estudos etnográficos em Portugal; António Jorge Dias e a sua tese de doutoramento em Munique, que “refundida e ampliada, constitui o presente trabalho” (p. IX). “Para além do alcance científico, o presente estudo tem o interesse de nos mostrar um mundo estranho, insuspeitado para tanta gente que formou a sua cultura nas cidades e apenas passeou pela montanha uma curiosidade passageira e ociosa” (p. XIII).

81. “Sur quelques traits de la campagne portugaise”, Mélanges Géographiques offerts en hommage à M. Daniel Faucher, Toulouse, Editions Toulousaines de l’Ingénieur, 1948, p. 427-437.
A fisionomia dos campos como um dos traços mais impressionantes da paisagem rural, tipos de campos, em relação com factores geográficos e históricos; evolução agrária em Portugal e do povoamento.

1949

82. “Campos limpos e campos arborizados”, Arquivo de Beja, Boletim da Câmara Municipal, Beja, VI (III e IV), 1949, p. 241-247, notas bibliográficas de rodapé. Campos limpos e campos arborizados, consoante as regiões do País; sua evolução e caracterização geográfica.

83. “A Cova da Beira. Controvérsia de Geomorfologia”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa XXX, 1949, p. 23-41, 2 figs., 2 ests., bibliografia, notas de rodapé.
“A Cova da Beira não é mais do que um dos vários alvéolos tectónicos que marginam a Cordilheira Central, afeiçoado por um nível geral com uma perfeição que a depressão tectónica favoreceu” (p. 40)... “Os resultados apresentados diferem sensivelmente dos expostos por P. Birot” (p. 41). Contém um esboço morfológico da Cova da Beira e seus confins (est. III).

84. “Engenheiro António Vianna”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, VIII (I-II), 1949, p. 135-140, bibliografia científica, 1 foto.
Os estudos geológicos em Portugal; os Serviços Geológicos e a sua renovação graças “ao tacto, saber e tenacidade do Engenheiro António Vianna, que em 1935 foi nomeado seu director”; notas sobre esta personalidade e a sua obra.

85. “O fosso do médio Zêzere”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa, XXX, 1949,
“O traçado do Zêzere é complexo” (p. 79). “O curso médio do Zêzere aparece assim enquadrado entre deslocamentos paralelos aos que limitam a Cordilheira Central” (p. 85). “Esta disposição tectónica ajuda a compreender o traçado do Zêzere e a localização dos níveis da sua bacia. Estes são essencialmente retoques cíclicos em compartimentos abatidos” (p. 85). “O rio é posterior à formação da Cordilheira....”. “Daí as incertezas de interpretação, obrigada muitas vezes a seguir o caminho tortuoso das analogias, dos argumentos negativos e das hipóteses aceites por eliminação das que se afiguram menos prováveis” (p. 85).

86. L’Île de Madère. Étude géographique, Lisboa, UGI. Congrès International de Géographie, Lisbonne, 1949, 175 p., 36 figs., XXV pl., IX cartas; bibliografia.
Constitui um dos livros-guias de excursão do XVI° Congresso Internacional de Geografia, realizado em Lisboa, e contém: Cap. I – O relevo. Cap. II – O clima, as águas, a vegetação. Cap. III – A economia e a vida rural. Cap. IV – A pesca e as indústrias. Cap. V – A população, o povoamento e a circulação. Em p. 169-170, incluem-se indicações bibliográficas e cartográficas; os nove mapas estão em fim de texto.

87. Le Portugal Central. (Livret-guide de l’excursion C), Lisboa, UGI, Congrès International de Géographie, Lisbonne, 1949, 180 p., XXII pl., X cartas, bibliografia (reimpressão em 1982).
Outra importante excursão do XVIº Congresso Internacional de Geografia: Introdução; 1º dia – Buçaco, o planalto da Beira Alta, a depressão de Celorico; 2º dia – A serra da Estrela; 3º dia - A bacia do Zêzere; 4º dia – As áreas a leste de Castelo Branco; 5º dia – De Castelo Branco a Coimbra; 6º dia - O Maciço Antigo na região de Coimbra; 7º dia - Coimbra.

88. “Prefácio”, em Mélanges d’Études Portugaises offerts à M. Georges Le Gentil, Instituto para a Alta Cultura, Lisboa, p. 1-4.
O texto será incluído em Variações sobre Temas de Ciência, Lisboa, 1970, p. 217-224 (veja-se o nº 231 desta Bibliografia).

89. A propósito do “Atlas de Portugal Ultramarino”, Lisboa, 1949, 16 p. dactilografadas e policopiadas.
Notas sobre o Atlas editado pela Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais em 1948. Àquele título deverá acrescentar-se “e das grandes viagens portuguesas de descobrimento e expansão”.

90. A Universidade e o espírito científico, Lisboa, s. e., 1949, 42 p.
Como nota de abertura tem a informação de “Oração de sapientia pronunciada na sessão de abertura solene da Universidade Clássica de Lisboa a 31 de Outubro de 1949. O texto está publicado em Anuário da Universidade de Lisboa, Ano escolar de 1949-50, Lisboa, s. d., p. 17-33. “Seja qual for o âmbito que se pretende atribuir à Universidade, sejam quais forem os caminhos que se abram à sua função social e à sua influência da nossa vida colectiva, a Ciência figura sempre como seu objectivo fundamental”. “A Universidade carece de suscitar vocações científicas que se possam orientar, com segurança e eficiência, na investigação regional” .

91. “Funchal: la ville et le port”, Lisbon Courier, 1 de Fevereiro de 1949, p. 6 e 7.
Fundação e evolução da cidade desde o século XVI; actividades económicas, o porto e a sua importância; o turismo; o crescimento urbano recente mais marcado nos arredores.

92. «À propos du XVIème Congrès International de Géographie», Rivages, Março de 1949, p. 1 e 3.
No Órgão dos Alunos do Curso Liceal da École Française de Lisbonne, nas páginas 1 e 3, a primeira parte de um extracto do livro-guia consagrado ao Portugal Central, uma das grandes excursões do programa daquele Congresso. A publicação antecedeu a abertura do Congresso.

1950

93. “Missão da Geografia à Guiné em 1947; Acerca do mapa topográfico da Guiné”, Anais da Junta de Investigações Coloniais, Lisboa, V (III - Estudos de Geografia), 1950, p. 3-23 e p. 25-34.
O primeiro texto é uma notícia da Missão efectuada na Guiné de Março a Maio de 1947. Traz elementos sobre as condições da sua organização e desenrolar, uma súmula dos resultados obtidos e considerações sobre os desejáveis prolongamentos. No segundo texto, encontram-se referências ao mapa de 1:500 000, de 1933. Achegas para o programa de um mapa na escala 1:100 000, projectado pela Missão Geo-hidrológica da Guiné, indicando o autor certos aspectos fundamentais que deveriam ser tidos em conta, tais como as grandes unidades do relevo; a distribuição da população; a repartição das lalas e das bolanhas; as couraças lateríticas; as coberturas de vegetação e os modos de utilização do solo.

94. “Les dépôts de type ‘raña’ au Portugal”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Lisbonne 1949, Lisboa, II, (Travaux des Sections II et III, 1950, p. 152-159, 3 ests. bibliografia.
Em colaboração com Mariano Feio, definição de raña, suas características e relações topográficas – rañas de piedmont e rañas de peneplanície; quadro climático mais favorável à sua formação; distribuição actual na Península Ibérica e datação relativa; raña e rede hidrográfica – relações cronológicas.

95. “Une nouvelle carte de la répartition de la population au Portugal”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Lisbonne 1949, Lisboa, I (Travaux de la Section I), 1950, p. 276-280.
Nas Actas do XVIe Congresso Internacional de Geografia, Secção de Cartografia, comunicação que contém referências a trabalhos anteriores; a apresentação da carta elaborada (em colab.) na escala de 1:500 000 e comentários geográficos.

96. Problemas da investigação científica colonial, Lisboa, Junta de Investigações Científicas Coloniais, 1950, 23 p., (com resumos em francês e inglês)
Texto de um Colóquio, em programa realizado naquela Junta, em 30 de Dezembro de 1949, e que constitui o caderno n.° 5 da série publicada. Problemas gerais relativos à organização, ao espírito e aos fins da investigação científica colonial, através dos seguintes aspectos: o recrutamento de investigadores e a preparação universitária; constituição de equipas e importância dos locais de trabalho; temas de investigação colonial; trabalhos de campo e o papel das missões; publicação dos resultados científicos; o espírito do trabalho científico. O texto inclui ainda intervenções de várias pessoas que assistiram ao Colóquio. O texto será retomado em Variações sobre Temas de Ciência, Lisboa, 1970, p. 131-163 (veja-se nº 231 desta Bibliografia).

97. “Discours (Scéance de clôture du XVIème Congrès International de Géographie)”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Lisbonne, 1949, Lisboa, I (Travaux de la Section II), 1950, p. 100-103 (veja-se nº 231 desta Bibliografia).
Balanço do Congresso, da sua preparação numa altura ainda difícil, tendo em conta os efeitos da IIª Grande Guerra, terminada em 1945, recordando o autor a primeira vez que assistira a uma daquelas Reuniões Internacionais, em Amesterdão, 1938.

98. “Imagens da terra e do homem. Três tipos de paisagem”, Serões - Revista Ilustrada, S. Paulo (Brasil), Outono de 1950, p. 95-102.
Texto extraído de Introdução ao estudo da Geografia Regional, ainda em preparação: o homem nas paisagens de dominância da natureza (regiões desérticas, regiões montanhosas, etc.); o homem nas paisagens modificadas por ele próprio (o campo, etc.); e o homem nas paisagens de dominância das obras humanas (as cidades).

Début de la page