Bibliographie scientifique d’Orlando Ribeiro (1951-1960)

1934 - 1950 1961 - 1970 1971 - 1980 1981 - 2004

 

1951

99. “Agriculture in West Africa”, Indian Geographical Journal, Madras, , 1951, p. 65-72.
Tradução de um original escrito em francês (veja-se o nº 109 desta Bibliografia): aspectos particulares do campo” em áreas da Guiné, em comparação com os de áreas rurais mediterrâneas.

100. “L’Aménagement du terroir agricole”, UGI. Commission pour l’étude de la Géographie Agraire. (Programme de travail pour le Congrès de Washington, 1952), Lisboa, 1951, p. 5-12.
Em reunião da Comissão de Geografia agrária, reunida em Paris, sob a presidência do Prof. Daniel Faucher, ficou decidida a preparação de dois relatórios introdutórios sobre “1. L’aménagement du terroir agricole. 2. Les polycultures”. Do primeiro se encarregaria O. Ribeiro, Secretário daquela Comissão. “Avec l’étude de l’aménagement du terroir, nous touchons à l’un des problèmes fondamentaux de la Géographie Agraire, celui de l’organisation de l’espace mis en culture, qui détermine, avec les formes de l’habitat, l’aspect des paysages ruraux” (p. 5).

101. Distribuição da população de Portugal - 1940, Lisboa, Instituto para a Alta Cultura - Centro de Estudos Geográficos, 1951, mapa na escala de 1 500 000 em 2 folhas (Norte e Sul).
Elaborado sob a direcção de O. Ribeiro, com a colaboração de M.ª Augusta Plácido Santos, M.ª Alice Romão Magro, Ângelo Raposo e J. Ribeiro Lisboa. Em manchas a cores são indicadas as áreas de altitudes acima de 700 m, de bosques (principalmente pinhais) e de areais, por meio de pontos, em que cada um representa 100 habitantes, as povoações de mais de 175 habitantes são figuradas por uma construção geométrica de pontos, e as de mais de 950 por um círculo proporcional ao número de pontos que lhe corresponde; ao lado está inscrito um número que indica a população em centenas de habitantes; o mapa inclui ainda, na folha Sul, um cartograma do Porto e arredores, na escala de 1:250 000.

102. “Montanhas pastoris de Portugal. Tentativa de representação cartográfica”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Lisbonne 1949, Lisboa, III (Travaux de la Section IV), 1951, p. 59-69, 4 figs., bibliografia.
Em colaboração com Maria Augusta Plácido Santos, nas Actas da Secção de Geografia Humana e Geografia Económica, são apresentados aspectos geográficos da metade setentrional de Portugal, acima de 700-800 metros de altitude, e da sua economia agrária; as figuras correspondem a mapas que contribuem para a análise da criação de gado e do pastoreio nas montanhas portuguesas.

103. “Paysages ruraux en Méditerranée et en Afrique Noire Occidentale”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Lisbonne 1949, Lisboa, III (Travaux de la Section IV), 1951, p., 483-484.
Comparação de paisagens rurais « En Méditerranée comme en Afrique Noire, Il y a toutes les formes de transitions possibles entre le champ, le verger, les cultures maraichères, la forêt, les pacages» (p. 483).

104. “Les transformations de l’habitat et des cultures dans la contrée de Pinhal Novo (Portugal)”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Lisbonne 1949, Lisboa, III (Travaux de la Section IV), 1951, p., 483-484.
Em colaboração com J. Ribeiro Lisboa, nas Actas da Secção de Geografia Humana e Geografia Económica, um exemplo da transformação da paisagem rural consecutiva à divisão da grande propriedade; trabalho feito com base em inquéritos locais e na comparação da carta de 1892 com as actuais.

105. “Três notas de Geomorfologia da Beira Baixa”, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa XXXII, 1951, p. 271-294, 6 figs., 3 ests., bibliografia, notas de rodapé.
1 - Um episódio da luta pela drenagem entre o Tejo e o Zêzere (capturas da Bazágueda e da Meimoa). 2 - O problema da formação dos vales a leste da Cova da Beira. 3 - A idade dos montes-ilhas. “Além da contiguidade, um nexo evidente aconselha a reunir estas notas...” (p. 271).

1952

106. “L’Aménagement du terroir agricole”, Tijdschrift voor Economische en Sociale Geografie, Roterdão, 10/11 (Ano 43º.), 1952, p. 251-257.
Trata-se do texto já mencionado, anteriormente, em nº 100 desta Bibliografia, 1951.

107. “Cuestionario de Geografia Regional - Coimbra, 1938”, Estudios Geográficos,Madrid, XIII (47), 1952, p. 375-388.
Tradução do Inquérito de Geografia Regional, preparado em Coimbra em 1938 (nº 11 desta Bibliografia.

108. “Sur les divisions géographiques dans les études régionales”, Comptes Rendus du Congrès International de Géographie, Lisbonne 1949, Lisboa, IV (Travaux des Sections V, VI et VII), 1952, p. 356-358.
Nas Actas, secção VII - “Metodologia; ensino e bibliografia”, uma proposta de esclarecimento de termos como área, zona, domínio, região (região económica e região histórica), seguida de discussão.

109. “Sur quelques traits géographiques de la Guinée Portugaise”, Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, Bissau 1947,Lisboa, IV (1.ª Parte), 1952, p. 9-25
Das Actas, publicadas pela Junta de Investigações Coloniais, o texto engloba: introdução; estrutura e relevo; clima; povos e culturas; os povos do interior e do litoral; actividades e características das paisagens; conclusão.

1953

110. “L’Aménagement du terroir en Afrique Occidentale”, Bulletin de la Société Royale de Géographie d’Egypte, Cairo, XXV, 1953, p. 165-177, 1 fig., 6 ests, bibliografia.
Agricultura de mato e agricultura de bolanha; as árvores; técnicas e utensílios para trabalhar a terra; as casas e o povoamento; aspectos regionais. Deste texto se fez a tradução inglesa, “Agriculture in West Africa” (veja-se o nº 99 desta Bibliografia), entretanto publicada mais cedo.

111. “As erupções do Fogo e a vida da ilha”, Cabo Verde, Boletim de Propaganda e Informação, Praia, 41 (Ano IV), 1953, p. 13-15, 1 est.
Pequeno artigo sobre as erupções, em particular a de 1951 e prejuízos causados; o relevo da Ilha do Fogo.

112. “A Planície”, Panorama, Lisboa, 7-8 (II.ª Série), 1953, s. p., 15 fotos.
Significado geográfico de “planície”. No Sul do País, “a planície é,portanto, o domínio de uma relativa aridez, com árvores de folhas duras e perenes, culturas de sequeiro, pontos de água distantes...”, são ainda referidos aspectos da evolução histórica e da humanização das paisagens.

113. “Portugal e o ‘Algarve’: singularidade de um nome de província”, Boletim de Filologia, do Centro de Estudos Filológicos de Lisboa, Lisboa, XIV (3 e 4), 1953, p. 330-339, notas bibliográficas de rodapé.
Em sumário o autor indica os temas: de Portucale a Portugal; nomes de terras ou tenências; comarcas e províncias - formação e evolução dos seus nomes; o “reino” do Algarve; incorporação, desenvolvimento e isolamento desta região.

114. “Casa Grande e Senzala”; Voz de S. Tomé, 22 de Dezembro de 1951, reproduzido em Gilberto Freyre, Um Brasileiro em Terras Portuguesas, José Olympo Editora, Rio de Janeiro, 1953, p. 413-415.
Breves notas acerca do livro de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala, “porventura a mais rica e vigorosa das suas obras”, e assinaladas algumas semelhanças com a criação e desenvolvimento de roças em S. Tomé.

1954

115. “L’Aménagement de l’espace”, Proceedings of the Pan Indian Ocean Science Congress, Perth, Section F, 1954, p. 31-35, notas de rodapé.
Introdução sobre qual a parte do meio geográfico local e das contribuições culturais do exterior, na organização do espaço. O quadro geral de tais pesquisas; o ambiente físico; a estabilidade dos grupos humanos: os modos de vida; contactos ou isolamento; as paisagens; o povoamento; a cidade; a circulação; o planeamento.

116. “Celestino da Costa e a cultura nacional”, Gazeta Médica Portuguesa, Lisboa, VII (1), 1954, p. 71-73.
Em homenagem prestada, o autor escreveu: “... personalidade do Professor que neste momento encerra a sua carreira oficial pode apresentar-se como exemplo, não apenas de uma vida devotada à Ciência, mas também a um ideal de civismo, servindo, através do trabalho científico, a criação ou o revigoramento de uma mentalidade nacional” (p. 7). O texto seria retomado em Variações sobre Temas de Ciência, Lisboa 1970, p. 225-232 (veja-se o nº 231 desta Bibliografia).

117. “Estrutura e relevo da Serra da Estrela”, Boletín de la Sociedad Española de Historia Natural, Madrid, Tomo de homenage a E. Hernández-Pacheco, 1954, p. 549-566, 2 figs., bibliografia.
Introdução. Escadaria de blocos da parte mais elevada. Contorno tectónico da parte setentrional. O fosso do Alto Mondego. Fracturas e “escarpas múltiplas, dispostas numa escadaria marginal, e sulcos tectónicos interiores, deslocamentos ao longo de planos de fractura paralelos.” (p. 565).

118. A Ilha do Fogo e as suas erupções, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, Col. “Memórias”, - Série Geográfica, 1954. (Difusão da 1ª edição apenas realizada em 1957, (2ª edição, 1960), 319 p. 41 figs., estampas XLI, e 1 mapa topográfico, escala 1:150.000, em fim de texto, notas de rodapé e bibliografia.
Escrito para dar conta do estudo da erupção de 1951, constitui uma geografia completa da Ilha, descrevendo as condições de vida dos seus habitantes e os difíceis problemas do Arquipélago. A primeira parte corresponde à “Geografia da ilha do Fogo” e a segunda trata de “As erupções da ilha do Fogo” (p. 225-303).São seus capítulos da Primeira Parte, depois de uma introdução sobre as Ilhas Atlânticas: I - As formas do relevo. II - Clima e vegetação. III - O passado da colonização. IV - A vida rural. V - A casa e a VI - A circulação, o mar e o comércio. VII - As crises: miséria e redenção. - Conclusão. Na Segunda Parte aparecem: I - História das erupções. II - Descrição da erupção de 1951,com diversos elementos (posição das crateras; carácter da emissão; natureza dos produtos; derrames de lava; duração; outros fenómenos). “No remate deste trabalho, o leitor estimará saber até que ponto o Fogo é um caso ou um exemplo, em que consiste a sua “personalidade” e o que nela há de comum (e por isso de demonstrativo) com a natureza e a vida das ilhas de Cabo Verde” (p. 217).

119. “As Ilhas Atlântidas”, Naturália, Revista de Divulgação de Biologia e História Natural, Lisboa, n.° 3, IV (III) - 2.ª Série, 1954, p. 108-116, 6 fotos, notas de rodapé.
Artigo com informações gerais sobre aquelas ilhas. “Desde os primeiros tempos, o destino das Ilhas Atlântidas parece ser o de enfeixar relações distantes” (p. 116).

120. “Paysages à Inselberg”, Proceedings of the Pan Indian Ocean Science Congress, Perth, Section F, 1954, p. 29-30.
Breve revisão dos conhecimentos existentes sobre tais formas de relevo: definição; natureza das rochas; forma típica do relevo; depósitos associados; relações com a rede hidrográfica e com o clima; processos de modelação. Síntese valiosa sobre tais formas de relevo.

1955

121. Aspectos e problemas da Expansão portuguesa, Lisboa, Publicações da Fundação da Casa de Bragança, 1955, em separata, 33 p.
Apresentados como lição inaugural do Curso de Férias da Faculdade de Letras de Lisboa, em Julho de 1954, repetidos em Vila Viçosa, os temas deste ensaio são os seguintes: significado e filiação; continuidade ou novidade?; como se alargou um povo; conjecturas acerca da origem dos povoadores; difusão de culturas - fortuna do milho; enriquecimento do património agrário tropical; conclusão. O texto seria incluído em livro com o mesmo título, Lisboa, 1962, p. 13-32 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

122. Portugal, Barcelona, Montaner y Simón, S. A., 1955, Tomo V de Geografia de España y Portugal, 290 p., 39 figs., XXXI pág. de ests., 2 mapas entre p. 12-13 e 248-249, Apêndice (p. 261-268), bibliografia e notas de rodapé.
Depois de uma Introdução, inclui os seguintes capítulos: I - As formas de relevo. II - Clima, regime de águas e vegetação. III - Tradição, cultura e formação do Estado. IV - A população. V - A vida rural. VI - Povoamento e circulação. VII - O mar, a costa e a vida litoral. VIII - Aspectos essenciais da economia portuguesa. IX - As regiões geográficas. Índices alfabéticos e o Apêndice. “Portugal examinado a esta luz (combinación original y fecunda de dos elementos: territorio y civilización), es un lugar singularmente rico de aspectos y enseñanzas” (p. 10). “Asila diferenciación del territorio português se asienta en hechos de geografía humana, puesto que las influencias naturales que en él se entrelazan le niegan unidad e individualidad” (p. 12). (Vejam-se nºs. 377, 380, 387 e 389 desta Bibliografia).

123 “Primórdios da ocupação das Ilhas de Cabo Verde”, Revista da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, XXI (1) - 2.ª Série, 1955, p. 92-122, notas de rodapé.
Ensaio sobre o descobrimento das ilhas; o povoamento da ilha de Santiago; análise das cartas de doação de capitania; as primeiras ilhas ocupadas e o arquipélago nos alvores do séc. XVI; a ilha de Santiago nos meados do séc. XVI; relações com o Brasil; papel de Cabo Verde na expansão portuguesa. O texto seria incluído em Aspectos e Problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 129-169 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

124. “São Paulo. Metrópole do Brasil” Brasília, Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, IX (V), 1955, p. 243-256, 2 figs., notas de rodapé.
Em número comemorativo do 4.º Centenário da Fundação de São Paulo e do 3.° Centenário da Restauração Pernambucana: caracterização geográfica de São Paulo, “uma enorme cidade americana”; o seu poder de atracção e os imigrantes das mais variadas procedências. São Paulo, desde a fundação (aldeia de Piratinga) à metrópole actual; o café e o comércio como motores fundamentais dessa transformação; o afluxo de capitais e o desenvolvimento industrial; a organização do território.

125. “Em torno da estrutura de Lisboa”, Diário Popular, Lisboa, 29 de Agosto de 1955.
Lisboa e a sua evolução, desde o “sítio bem singular” às diversas fases de expansão do tecido urbano, com efeitos da imbricação do urbano e do rural, das alterações das relações entre a cidade e o rio, dos alongamentos para o interior planáltico. “Cada traço de uma época da sua longa história merece ser conservado como uma peça preciosa do seu tesouro espiritual.

1956

126. “Acerca do planeamento regional”, IVº Congresso da União Nacional - Resumo das Comunicações, 2.ª Secção - Vida Económica, Lisboa, 1956, p. 264-267.
Escrito em colaboração com Francisco Tenreiro, reflexões sobre o planeamento regional como desenvolvimento e extensão do urbanismo; estudo de uma região e métodos de análise regional; aplicação de métodos.

127. “A Cruz e o Tulôsse. (Imagens de Goa)”, Diário Popular, Lisboa, 9 de Novembro, 1956.
Foi publicado naquele jornal vespertino de Lisboa: “Dum lado a cruz que santifica uma várzea; do outro, o tulôsse àentrada de uma casa”... “A terra de Goa é pequena, escassa a sua população. Mas foi aqui que, pela primeira vez, Oriente e Ocidente entraram em contacto íntimo, directo e profundo”. O texto seria integrado em Aspectos e Problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 185-189 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

128. A Festa de São Francisco Xavier em Velha Goa, Garcia da Orta, Lisboa, Numero especial, 1956, p. 175-181
Publicado na revista das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar. “São Francisco Xavier, padroeiro de Goa, é, na verdade, mais do que um santo celebrado no calendário cristão: é o verdadeiro patrono espiritual desta terra, a quem Hindus, Mouros e Parses prestam se não culto, ao menos respeitosa veneração” (p. 179). Reportagem da festa religiosa (novena em honra do santo), que na altura coincidia com uma feira das mais importantes de Goa (24 Novembro-3 Dezembro), “criando uma e outra aquele contraste entre o bulício dos terreiros e o recolhimento do interior das igrejas, que é um dos traços mais salientes no ambiente das romarias do Norte de Portugal” (p. 175). O texto seria integrado em Aspectos e Problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 191-197 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

129. “Goa. Algumas observações de geografia tropical, por Pierre Gourou”, Garcia de Orta, Lisboa, Número especial, 1956, p. 79-88, notas de rodapé.
Publicado na revista da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, esta tradução e notas de um artigo de 1950-1951: o território e os contrastes entre o “mundo estéril e enegrecido dos planaltos” e “o mundo vivo e verdejante dos vales”; Velha Goa e a importância da sua história; a presença portuguesa; a emigração goesa como “solução que os Goeses encontraram para o problema levantado pela decadência económica e política do império português do oceano Índico” (p. 84), segundo P. Gourou.

130. “Goa, por Norberto Krebs”, Garcia de Orta, Lisboa, Número especial, 1956, p. 89-100, 1 quadro, notas em fim de texto.
Tradução feita por A. Jorge Dias de um artigo de N. Krebs (p. 89-97), publicado em 1933, anotado por O. Ribeiro (p. 97-98): o território (aspectos de clima, de relevo e de vegetação) e a população; formas de organização dos espaços; a estrutura social e política; aspectos das actividades económicas.

131. “As ilhas de Cabo Verde no princípio do século XIX”, Garcia de Orta, Lisboa, IV (4), 1956, p. 605-634, notas de rodapé e em fim de texto.
Na revista da Junta das Missões Geográficas e de Investigação do Ultramar, notas sobre memórias inéditas de António Pusich, escritas enquanto foi Intendente de Marinha das Ilhas e depois Governador: biografia do autor e dados sobre a época em que viveu; reprodução dos textos de “Memória ou descrição físico-política das ilhas de Cabo Verde-1810” e do “Ensaio Físico e Político da ilha de São Nicolau -1803”.

132. Inquérito das aldeias de Goa, Goa, Missão de Geografia da Índia, 1956, 26 p.
Inquérito destinado “a colher elementos acerca da maneira de viver da população de Goa, das suas necessidades e desejos” (p. 3). O documento foi preparado em colaboração com outros membros da Missão subsidiada pela Junta de Investigações do Ultramar: a família; a casa; a mobília; a alimentação; de que vive a família; exploração agrícola; comércio e circulação; vida de relação; instrução.

133. “Originalidade da Expansão Portuguesa”, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa, 74.ª Série (4-6), 1956, p. 127-141.
Conferência inaugural da Semana do Ultramar, proferida naquela Sociedade, em 14 de Maio de 1956, sobre ternas como, as terras descobertas, “cristãos e especiarias”, a unidade do mundo português. O texto seria integrado em Aspectos e Problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 65-74 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

1957

134. “A Geografia e a divisão regional do País, Problemas da Administração Local. Lisboa, Centro de Estudos Político-Sociais, 1957, e em separata, Lisboa. Biblioteca do Centro de Estudos Político-Sociais, 1957, 32 p.
Texto de comunicação apresentada na sede daquele Centro no dia 9 de Janeiro de 1957. A divisão tradicional do País (referências históricas); a divisão do País em regiões naturais ou regiões geográficas; características de uma divisão geográfica; objectivos de urna divisão administrativa. Numerosa bibliografia é citada no decorrer do texto.

135. “The Portuguese Province of Guinea. Land of estuaries and rivers”, West Africa. A Study of the Environment and of Man’s Use of it, Londres, Longmans, Green and Co., 1957, p. 272-278, 1 fig., bibliografia.
Em livro que teve R. J. Harrison Church como orientador e coordenador, que também traduziu o original francês de O. Ribeiro: introdução; população; clima e vegetação; geologia, relevo e grandes regiões; recursos económicos; comunicações; conclusão. (Em 1961 apareceu uma 3.ª edição).

136. “A cinza do vulcão”, [Jornal não determinado], 25 de Outubro de 1957.

1958

137. “Duas Palavras”, em Romanceiro Português, coligido por J. Leite de Vasconcellos, Coimbra, Acta Universitatis Conimbrigensis, I,1958, p. VII-X.
Palavras de abertura do 1.º volume, publicado pela Universidade de Coimbra em comemoração do Centenário do nascimento de J. Leite de Vasconcellos, iniciando “a longa série das obras inéditas inteiramente preparadas depois do falecimento do autor” (p. VII). Referências à Etnografia Portuguesa – edição dos volumes suplementares – e às pessoas que se têm ocupado da sua preparação. Palavras de introdução ao texto de R. Menéndez Pidal, em p. XI-XXI.

138. “Notícia introdutória” e “Conclusão”, in Dr. Leite de Vasconcellos, Etnografia Portuguesa – Tentame de Sistematização, Lisboa, Imprensa Nacional, 1958, Vol. IV, p. VI-XXVII e p. 625-633, notas em rodapé.
Vida e obras de J. Leite de Vasconcellos. “Começou a redigir-se a Etnografia no 1.º dia do ano de 1928, em Coimbra”, (p. IX) “A Etnografia é, de facto, o fulcro da sua vida intelectual” (p. XI); os papéis deixados por J. Leite de Vasconcellos e seu destino; o testamento e as suas cláusulas. A acção de Manuel Viegas Guerreiro e de outros colaboradores. As ideias de Religiões da Lusitânia... “O povo português é uno” (p. 627); os grupos étnicos. “A unidade do povo português e a sua continuidade, a partir de um remoto agrupamento humano, que iluminam debilmente os primeiros alvores da história, desejaria Leite de Vasconcellos pôr como remate do presente livro da sua grande obra. Estas ideias, que não foi possível desentranhar com rigor e clareza do material aqui acumulado, serão antes o fio condutor que vai ordenar o livro seguinte da EP: a vida tradicional” (p. 633).

139. “Um povo na Terra”, Portugal. Oito séculos de História ao serviço da valorização do homem e da aproximação dos povos, Lisboa, Comissariado Geral de Portugal para a Exposição Universal e Internacional de Bruxelas de 1958, 1958, p. 33-38, notas de rodapé.
Publicado por ocasião daquela Exposição, contém numerosas referências à expansão portuguesa - as ilhas, como pontes para o ultramar; uma rede de cidades marítimas; comércio ultramarino e difusão de culturas; assimilação e mestiçagem; variedade e unidade de Portugal; Portugal no Mundo. O texto foi retomado em Aspectos e problemas da Expansão Portuguesa Lisboa, 1962, p. 33-51 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

140. “La terre et l’homme”, Portugal. Huit siècles d’histoire au service de la valorisation de l’homme et du rapprochement entre les peuples, Lisbonne, 1958.
É a tradução do artigo anteriormente citado.

141. “Presença de José Leite de Vasconcellos”, Diário Popular, Lisboa, 27 de Fevereiro de 1958, supl. “Quinta-feira à tarde”.
Nota por altura da saída do 1.° volume do Romanceiro Português. “Este autor que, a cem anos do nascimento e a quase vinte da morte, ainda publica, suscita problemas e inspira trabalhos (veja-se, por exemplo, a rica monografia, dedicada à sua memória, que o seu discípulo Baltasar Lopes da Silva acaba de consagrar ao “Dialecto Crioulo de Cabo Verde”)”, “Leite de Vasconcellos é um mestre vivo...”.

142. “Primeira notícia da erupção dos Capelinhos na ilha do Faial”, Naturália, Revista de Divulgação de Biologia e História Natural, Lisboa VII (III), 1957-1958; em separata, 1958, 33 p., 3 figs., XIV pág. ests., notas de rodapé.
Em colaboração com Raquel Soeiro de Brito, resultados de observações feitas de 5 a 22 de Outubro de 1957 e de 4 a 22 de Janeiro de 1958: 1 - Uma paisagem que se vê formar. 2 - Erupções submarinas. 3 - Posição do novo vulcão. 4 - Primórdios da erupção. 5 - Primeiras manifestações. 6 - Presença do mar na cratera; sua influência no decurso da erupção. 8 - Paroxismos explosivos. 9 - Queda de cinzas. 10 - Abatimento do primeiro ilhéu - acalmia e renovo da erupção. 11 - Ritmo da erupção. 12 - Migração da cratera. 13 - Volume do material ejectado e modificações do relevo. 14 - A erupção e vida da ilha. 15 - Conclusão.

143. “Raízes antigas da Geografia brasileira”, Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 3 (Ano XX), 1958, p. 319-325.
Lição inaugural do Curso de Altos Estudos Geográficos, realizado na Universidade do Brasil, em Agosto-Setembro de 1956: A descoberta do Brasil; a formação do território (aspectos físicos e humanos); posição do Brasil.

144. “Viagens e negócios de um mercador português do século XVII”, Garcia de Orta, Lisboa, 1958, p.335-343, 6 (2).
Profª Virgínia Rau se ficou a dever o conhecimento de “O Livro de Rezão de António Coelho Guerreiro”, Lisboa, 1956, personagem nascida por volta de 1653em Santiago do Cacém, que foi viajante e comerciante, e também serviu na capitania de Pernambuco, em Angola, na Índia e em Timor, tendo ocupado altos cargos governativos. Das suas actividades pode-se fazer uma imagem das importantes relações, regulares, entre o Brasil, a África e o Oriente. O texto do artigo seria também incluído em Aspectos e problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 199-213, 1 fig. (veja-se nº., 161 desta Bibliografia)

1960

145. Atitude e Explicação em Geografia Humana, Porto, Galaica, 1960, 71 p.
Livrinho dedicado a Paulo Quintela, contém os seguintes capítulos: I - O homem na Geografia. II - Tendência ecológica. III - Tendência corológica. IV - Indeterminismo das acções humanas. V - Civilização e natureza VI - Localismo e ubiquidade. VII - Contactos e experiências. VIII - Génese e universalidade da civilização industrial. IX - Confins imprecisos. X - Limites da interpretação. Apêndice: Geografia humana (p. 63-70). Este Apêndice corresponde ao artigo publicado em 1934 (nº 1. desta Bibliografia). Olivro seria traduzido para francês, publicado em Cahiers de Géographie de Québec, 1962 (veja-se nº., 162 desta Bibliografia).

146. “Uma biografia francesa de D. Pedro IV”, Diário de Lisboa, Lisboa, 5 de Janeiro de 1960.
Nota acerca da obra de Denyse Dalbian, Dom Pedro, Empereur du Brésil, Roi du Portugal (1798-1834), Paris, 1959. O texto seria incluído em Variações sobre Temas de Ciência, Lisboa, 1970, p. 263-269, (veja-se nº., 231 desta Bibliografia).

147. “Civilisation et milieu”, XIX International Geographical Congress. Abstracts of Papers, Estocolmo, 1960, p. 246.
Resumo de comunicação. A posição de P. Gourou com a afirmação de a civilização ser “la clef de l’explication en Géographie”, mas é também importante o papel do meio, pois “les civilisations se sont mises en place dans les milieux qui convenaient Ie mieux à l’efficacité de leurs techniques”... “on aurait tort de sous-estimer la part de la nature dans l’explication même de la civilisation”.

148. “Ernest Fleury e o ensino da Geologia”, Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Porto, XIII, 1960, p. 303-308.
Impressões de O. Ribeiro como aluno de E. Fleury e atractivos do ensino deste professor - “As suas aulas eram um modelo de estrutura, de ordenação e de clareza” (p. 305). Vinda de E. Fleury para Portugal e notas biográficas: referências à bibliografia publicada por Décio Thadeu (86 títulos, de 1903 a 1944) e às actividades de E. Fleury em Portugal. O texto seria retomado em Variações sobre Temas de Ciência, Lisboa, 1970, p. 241-250 (veja-se nº., 231 desta Bibliografia).

149. “O Infante e o Mundo Novo”, Arquivos da Universidade de Lisboa, Lisboa, XIX (I) - Nova Série, Homenagem ao Infante D. Henrique, 1960, p. 147-161; em separata, 1961, 17.
Oração proferida no Solene Acto Académico com que, em 25 de Março de 1960, a Universidade de Lisboa se associou às comemorações do V.° Centenário da morte do Infante D. Henrique: O conhecimento do “Mundo Novo” através da leitura de textos antigos; bases que permitiriam o povoamento das ilhas; valorização das terras novas; transferência de população: papel desempenhado pelo “pequeno povo” capaz do milagre da Expansão. O texto seria integrado em Aspectos e problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 53-64 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

150. “A Lição do Prof. Orlando Ribeiro”, Arquivos da Escola Médica de Goa, Bastorá - Goa, 33, 1960; em separata, 5 p. (Extr. do Heraldo, n.°13 837).
Trata-se apenas de um resumo da lição proferida no dia 9 de Fevereiro de 1956, na sala da Biblioteca da Escola Médico-Cirúrgica de Goa, sobre aspectos geográficos da Guiné e suas semelhanças com os de Goa.

151. “Originalidade de Goa”, III.° Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, Lisboa, Actas I - Secção I, 1960, p. 170-179, notas de rodapé.
Goa no quadro da Expansão portuguesa; assimilação e mestiçagem; entre dois mundos. Evocação das condições históricas e sociais que, de certo modo, constituíram as premissas do estudo da fisionomia geográfica de Goa e da sua originalidade no conjunto da Expansão portuguesa. “Nenhuma inovação no comércio ou na vida rural, permanência das formas de ocupação e de organização do espaço, mas assimilação profunda acompanhada de uma insignificante mestiçagem; por outro lado, a originalidade de Goa na Índia” (p. 179). O texto seria integrado em Aspectos e Problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 173-184 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

152. “Prefácio”, in Raquel Soeiro de Brito, Palheiros de Mira. Formação e declínio de um aglomerado de pescadores, Lisboa, Centro de Estudos Geográficos, Col. Chorographia, 1960, p. 9-17.
A primeira visita a Palheiros de Mira (cerca de 1949); razões da urgência de se elaborar uma monografia do aglomerado, pois “no seu aspecto tradicional e genético, era uma povoação singularmente ‘ajustada’ ao ambiente” (p. 11); Palheiros de Mira, como exemplo de tema a estudar em Geografia aplicada.

153. “Reflexões em torno da Expansão Portuguesa”, Palestra, Lisboa, 9, 1960; em separata, 16 p., nota de rodapé.
Conferência proferida no Liceu Pedro Nunes, Lisboa, 16 de Março de 1960: três domínios de navegação (o da Europa e da periferia setentrional do Índico; o do Extremo-Oriente; o do Pacífico); os chineses na costa de África; progressos da navegação do Ocidente; estímulos da Expansão; uma civilização integradora; elementos da universalidade. O texto existe também em Aspectos e Problemas da Expansão Portuguesa, Lisboa, 1962, p. 75-92 (veja-se nº., 161 desta Bibliografia).

154. “Sur la corrélation de niveaux eustatiques”, XIX International Geographical Congress. Abstracts of Papers, Estocolmo, 1960, p. 245-216.
Resumo de comunicação: escalonamento de níveis eustáticos e problemas da sua correlação, entre locais muito afastados uns dos outros; importância relativa do estudo de tais níveis.

155. “Sur un style de la colonisation rurale portugaise”, XIX International Geographical Congress. Abstracts of Papers, Estocolmo, 1960, p. 247.
Resumo de comunicação, preparado em colaboração com Francisco Tenreiro: analogias entre o monte alentejano, a fazenda brasileira e a roça de S. Tomé; diferenças das instalações habitacionais; culturas agrícolas e criação de gado.

156. “Três imagens do Mundo”, Brotéria, Cultura e Informação, Lisboa, 71, 1960, p. 170-183; em separata, 18 p.
Imagem do mundo antes das navegações ibéricas; transformações resultantes dos descobrimentos marítimos. “Assim, como uma rede cujas malhas se apertam, sob a égide da civilização do Ocidente e da sua incontestável superioridade, o mundo cai debaixo de uma organização que, dia a dia, penetra os seus últimos recessos”. Reflexos das transformações que se deram posteriormente.

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